O jantar


É preciso que saiba
que eu coloquei
os talheres na mesa
e o vinho e as taças
na sala de estar.

E que vi você
entrar pela porta
de um apartamento
de cuja janela
dá pra ver as luzes da cidade.

E que senti seu beijo
e sua mão
na minha cintura como quando
a gente morde
uma maçã e sorri.

Você caminhou para a vitrola
e botou uma canção pra tocar.
E fez tudo de mãos
tão delicadas
que a música tornou
você e a sua mão
uma nota,
e a sua boca,
uma uva.

Eu vi você me conduzir,
a passos de dança,
para a janela.
Eu vi a nossa dança
sobrevoar a cidade
numa quimera.

Era o jeito do amor ser amor
que era dum jeito
de não ser completo
mas de completar.

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