Um brinde!
Um brinde a nossa capacidade de transformar desgostos em vinho e ir bebendo aos poucos, enquanto uma bela canção italiana, de preferência cantada por Laura Pousini, despeja alguma beleza em nossa alma, tão coberta do que não foi mas do que a gente queria que tivesse sido. Vamos brindar a nossa capacidade de complicar o amor, de deformá-lo e de nos isentarmos de responsabilidade no quesito número um da apostila da vida: Amar ao próximo. Afinal, a culpa são dos outros que nos amam e não de nós que somos amados, não é? Não importa tanto assim se alguém morre de amor. Nesses casos de morte por amor, nunca nos consideramos assassinos. São os outros, sempre, os outros, os suicidas. Jogam-se no amor, entregam-se ao amor, morrem por amor e ainda deixam uma cartinha sobre a mesa dizendo alguma coisa como "Morri amando vc" ou "Morri por vc". Só para nos deixar o peso do amor, que, coitado, é o menos culpado de toda a desgraça que fazemos com ele. Ah, vamos brindar também ao que não fazemos com o amor, a nossa infinita maior incapacidade humana de (olha que engraçado) não sermos humanos e logo, não amarmos nem a nós e, logo (novamente), nem a ninguém. Vamos brindar ao que não fazemos em nome dele. Ao basta que não damos, que adiamos, que evitamos, que deixamos mofar na gaveta junto a nossa certidão de nascimento. Um brinde a essa gaveta! Essa gaveta que guarda nossa certidão de incapacidade para amar assim que certifica que nascemos um dia, num mês, dum ano como seres humanos num lugar cheio de seres humanos dentro de um planeta chamado Terra.
Comentários
quero notícias, saber de tudinho viu?
beeeeeeijo, adorei o post anterior.
=*
Adorei o texto!
^^
e não é ironia *----*
parabéns feh :D